Perguntas & Respostas
Descubra mais sobre a Escola Lumiar e sua Metodologia
Onde e quando surgiu a Lumiar?
A Metodologia Lumiar começou a ser desenvolvida nos anos 90, quando Ricardo Semler se perguntou: “Como é possível redesenhar a escola para a sabedoria?“. Ele já havia quebrado vários paradigmas na gestão de suas empresas, buscando pessoas mais autônomas e responsáveis por sua trajetória, mas achava que o problema estava na base – e percebeu que era necessário aplicar alguns de seus conceitos inovadores para a educação básica de crianças. Então, ele reuniu muita gente ligada à educação, desde Paulo Freire e o ex-ministro Paulo Renato Souza até professores, pediatras e psicólogos infantis para ajudar a repensar a educação e criar uma nova escola.
Assim, a primeira Escola Lumiar foi criada em 2002, na cidade de São Paulo. Já a Escola Lumiar de Poços de Caldas foi fundada em 2018, oferecendo uma proposta diferenciada de educação a partir do ano letivo de 2019. Somos parte da Lumiar Educação, uma rede de escolas com unidades em várias cidades no Brasil e também em outros países do mundo.
Quem reconhece essa proposta de escola como inovadora?
A Universidade Stanford, a Unesco e a Microsoft avaliaram várias propostas pedagógicas de vanguarda, baseadas nas mais avançadas tecnologias de ensino, e escolheram as 12 escolas mais inovadoras do mundo. A única escola da América Latina a figurar entre elas foi a Lumiar. Além disso, a Escola Lumiar foi eleita uma das 13 escolas mais inovadoras do mundo pela Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD).
Existem professores na Lumiar?
Sim, porém seu papel é diferente daquele desempenhado na maioria das escolas. Temos dois tipos de educadores na Lumiar: Tutor, principal responsável pela turma, e Mestre, profissional convidado(a) para desenvolver projetos com os estudantes.
Qual o papel dos Tutores?
Tutores são pedagogos ou licenciados e acompanham as turmas diariamente. Eles são responsáveis por identificar, valorizar e validar os interesses dos estudantes e do grupo, bem como por garantir que as propostas estejam pedagogicamente adequadas para trabalhar as necessidades de aprendizagem individuais e coletivas. Os estudantes permanecem com o mesmo tutor por dois ou três anos. Isso faz com que ele conheça cada um profundamente.
Também é sua função:
- trazer diferentes assuntos para a turma – aumentando o repertório de todos e estimulando os estudantes a sempre desenvolverem novos interesses;
- realizar as articulações dos projetos com os mestres;
- registrar e refletir sobre os percursos dos estudantes e do grupo;
- acompanhar os projetos individuais;
- organizar Rodas e Leituras de Mundo com a turma;
- conduzir reuniões e realizar a comunicação com as famílias dos estudantes de seu grupo.
Tutores e Mestres trabalham juntos?
Sim. Tutores são mediadores e gestores do grupo, responsáveis por atuar ativamente na organização de todos os projetos em parceria com os mestres, tendo acesso ao planejamento, registros e avaliações a todo tempo.
Como funciona a multietariedade na Lumiar?
Na metodologia Lumiar, os estudantes são agrupados em ciclos multietários. Eles permanecem formalmente matriculados nas séries equivalentes à sua idade como na organização da escola tradicional, mas frequentando seu ciclo Lumiar.
- Educação Infantil
- I1: estudantes de até 2 anos
- I2: estudantes de 2 a 4 anos
- I3: estudantes de 4 a 6 anos
- Ensino Fundamental I e II
- F1: estudantes de 6 a 8 anos (1º a 3º ano)
- F2: estudantes de 9 a 10 anos (4º a 5º ano)
- F3: estudantes de 11 a 12 anos (6º a 7º ano)
- F4: estudantes de 13 a 14 anos (8º a 9º ano)
- Ensino Médio
- M1: estudantes de 15 a 16 anos (1º e 2º anos)
- M2: estudantes de 17 anos (3º ano)
E o que são “ciclos”? Como eles funcionam?
Os ciclos são os grupos fixos de referência, compostos por estudantes de idades próximas.
Os estudantes que compõem esses grupos continuam formalmente vinculados ao ano escolar equivalente à sua idade em termos legais, bem como nas documentações oficiais. A cada ano letivo, seguem pelos anos escolares seguintes, mesmo permanecendo nos ciclos por um período de até três anos. Desse modo, a cada ano letivo, os ciclos são compostos por diferentes estudantes.
Esses grupos fixos para o ano letivo vigente vão construindo sua identidade e seu ritmo de trabalho ao serem geridos de forma participativa por um tutor. Assim, criam sua rotina, planejam e realizam projetos e outras modalidades organizativas do trabalho escolar, tendo um percurso próprio e único para cada ano transcorrido.
Cada ciclo tem sua estrutura e organização próprias, mas também são previstos momentos de encontro, troca e trabalho com outros ciclos, tanto com todos os seus integrantes ao mesmo tempo quanto entre alguns dos integrantes de cada grupo. Ou seja, a multietariedade existe dentro dos ciclos e entre ciclos.
A Lumiar segue o currículo proposto pelo MEC?
Sim. Como todas as escolas brasileiras, temos como parâmetro a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para construir nosso currículo. Ele é composto por duas matrizes: uma de competências e habilidades e outra de conteúdos, que são trabalhadas juntas nos projetos e em outras práticas da escola. Além disso, o currículo na Lumiar não é linear, ou seja, não seguimos uma rota preestabelecida porque partimos sempre dos interesses e das necessidades pedagógicas dos estudantes para planejar nossas ações educativas. A plataforma Mosaico possibilita o acompanhamento individual do percurso dos estudantes, mapeando a trajetória de cada um na cobertura do currículo completo.
Eu não entendi direito como funciona a ideia de trabalhar com projetos e habilidades. E os conteúdos?
Os projetos tratam de temas diversos e transversais, se conectando mais a produções autorais a serem realizadas, questões a serem respondidas e a habilidades a serem desenvolvidas do que a uma disciplina em si. Imagine que estudantes estão interessados em explorar questões políticas. A partir da discussão acerca de conceitos geográficos e históricos de diferentes locais selecionados, criam um projeto cujo objetivo é a concepção autoral de um país. Para isso, irão não somente pesquisar e explorar conteúdos de geografia (cartografia, fronteiras) e de história (conflitos, costumes), mas também de língua portuguesa (produção de texto, recursos estilísticos e argumentação) e de artes (elementos constitutivos das artes visuais, patrimônios culturais), uma vez que, para criarem seu país, precisarão pensar em diversos elementos: língua, bandeira, localização, história, povo, cultura, entre outros. Além disso, são mobilizadas habilidades referentes à flexibilidade de pensamento, consciência global e colaboração, essenciais para a construção do senso crítico.
A escola busca incentivar que os projetos tenham propostas práticas e conectadas ao mundo real?
Com certeza! Existe um processo de escuta, negociação e mediação do educador com os estudantes para que isso aconteça.
Tudo na Lumiar começa com o levantamento de interesses e necessidades individuais e do grupo. Diferentes atividades e conversas são realizadas para estruturar o que os estudantes gostariam de aprender e o que precisam aprender ou desenvolver de acordo com sua etapa de desenvolvimento.
Os(as) estudantes realizam vários projetos ao mesmo tempo? Como isso acontece?
Sim. A rotina dos grupos é composta por diversos projetos de diferentes temáticas, que levam em conta múltiplas áreas do conhecimento e, também, os interesses e necessidades de aprendizagem dos estudantes. Dessa forma, a cada trimestre, tutores realizam esse levantamento, mestres são chamados e a organização é realizada considerando o seguinte parâmetro:
- Ciclos do Infantil: 3-4 projetos
- Ciclos do Fundamental: 6-10 projetos
- Ciclos do Médio: 14-16 projetos
Vale dizer que, além dos projetos, também existem os módulos, oficinas, Leituras de Mundo, Rodas, comissões, momentos de leitura, períodos de estudo e projetos individuais, que vão compondo a rotina na Lumiar.
Como funciona a avaliação na Lumiar? Tem ou não tem prova?
A avaliação na Lumiar busca registrar as evidências de aprendizagem, do desenvolvimento de habilidades e da compreensão de conteúdos ao longo de todo o processo. Além da avaliação de tutores e mestres, estudantes também realizam autoavaliações constantemente.
Podemos utilizar diferentes instrumentos de avaliação, e eles são sempre escolhidos de acordo com a proposta a ser avaliada e com a intencionalidade dessa avaliação – relatórios, cartazes, fotografias, arquivos em áudio, debates, apresentações, entre outros.
A criação de um podcast, por exemplo, pode ser um ótimo instrumento para avaliar se os estudantes compreenderam os conteúdos trabalhados em um projeto, se conseguem se expressar oralmente, produzir um bom roteiro e ler com desenvoltura. A montagem de uma exposição, por outro lado, demanda que os estudantes entrem em contato com o que foi aprendido, revisando e selecionando materiais, produzindo textos e organizando a mostra, evidenciando não só a compreensão dos conteúdos estudados, mas também o desenvolvimento de habilidades referentes ao gerenciamento de tarefas, expressividade e colaboração.
Provas também são instrumentos de avaliação, e entendemos que elas podem funcionar para avaliar determinados conteúdos e habilidades.
Como é a participação das famílias na Lumiar?
Entendemos que a relação entre escola e famílias deve ser de parceria, portanto, nos colocamos sempre à disposição para o diálogo. Ao longo do ano, os responsáveis são convidados a participar de reuniões individuais com o tutor e podem solicitá-las sempre que sentirem necessidade.
As famílias têm acesso e contato direto com os educadores e com a gestão para tratar de questões particulares do estudante, e participam de reuniões coletivas, com os demais responsáveis da comunidade, para discussão de questões mais gerais.
Além disso, incentivamos a participação das famílias na vida escolar dos estudantes – em ações que garantam o acesso e o aproveitamento das práticas pedagógicas e em experiências sociais promovidas pela escola. Por isso, se desejarem, os responsáveis podem contribuir compartilhando suas paixões, participando de comissões, realizando Leituras de Mundo e/ou se candidatando para serem mestres.
Como as famílias têm acesso ao que os estudantes estão aprendendo?
As famílias têm acesso à rotina e aos projetos desenvolvidos por seus filhos, tanto no período escolar atual quanto em períodos anteriores, por meio da plataforma Mosaico. Além disso, os responsáveis também visualizam relatos produzidos por mestres e tutores, bem como evidências de aprendizagem e avaliações.
Ao fim de um período escolar, as famílias têm acesso ao relatório de período. Esse documento contém o mosaico de seus filhos, informações e avaliações de todos os projetos que eles desenvolveram, avaliações de habilidades do cotidiano e áreas do conhecimento e o relato final escrito pelo tutor, com impressões e evidências de desenvolvimento dos estudantes.
Projetos
São nossa principal prática. Eles têm como objetivo desenvolver competências e trabalhar conteúdos de forma inter ou transdisciplinar.
Oficinas
São práticas flexíveis que buscam desenvolver competências e diferentes assuntos pertinentes ao grupo, geralmente com encontros mais práticos.
Módulos
Trabalham a sistematização de conteúdos ou habilidades que darão suporte a determinado projeto. São compostos por sequências didáticas mais parecidas com as “aulas” das escolas, porém sempre estão relacionados aos projetos da turma.
Roda
Momento que envolve a escola toda e aborda pautas de interesse coletivo.
Leitura de Mundo
Modalidade na qual estudantes têm contato com seu entorno, atualidades e notícias (por meio de vídeos, entrevistas, leituras, passeios etc.). É um momento importante para trazer novas referências, estimulando novos interesses e convidando-os a refletir e discutir, ampliar seu repertório sociocultural e trabalhar a construção de um senso crítico e questionador.
Projeto Individual
Momento no qual estudantes escolhem um tema para pesquisar, se aprofundar e criar, estruturando o planejamento e definindo os próprios objetivos e o caminho a ser percorrido, com apoio do tutor.
Momentos de Leitura
Oportunidades para o desenvolvimento de leitura autônoma.
Comissões
Grupos que têm como objetivo contribuir com a escola.
Roda de Grupo
Momento para gerir questões coletivas de determinada turma/ciclo.
Períodos de Estudo
Momento para realização de tarefas, estudo e aprofundamento sobre os temas que interessam e necessidades pedagógicas que precisam de atenção.
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